sábado, 17 de maio de 2014

12˚ DIA 17 MAI - REGIÃO DE CHIANTI

DIÁRIO DE VIAGEM

          Após termos explorado a região de Montalcino e aprendido sobre os vinhos daquela região, mais especificamente o Brunello, hoje foi a vez de conhecer a região de Chianti, suas cidades, castelos e vinícolas.

            A região de Chianti fica entre Siena e Florença e engloba inúmeras pequenas cidades como Castellina in Chianti, Greve in Chianti, Rada in Chianti, Gaiole in Chianti e outras menores ainda. A estrada que percorre a região é chamada de Chiantigiana.


         Aqui também tivemos dificuldade em definir quais vinícolas visitar, pois as informações não estão disponíveis tão facilmente. São inúmeros produtores espalhados por toda a área, alguns dos quais têm visitas guiadas, outros apenas venda direta na vinícola etc. Quase todos requerem reserva antecipada. Mesmo nos sites da Região do Chianti, Estrada do Vinho do Chianti etc... não há citação das vinícolas com as informações pertinentes.

           Nós tínhamos algumas indicações de amigos, do livro Florence & Tuscany – Eyewitness Travel DK e da revista Viaje Mais – Itália, editora Europa.  Assim optamos por visitar o Castello di Verrazzano, em Greve in Chianti – www.verrazzano.com – e o Castello di Meleto, em Gaiole in Chianti – www.castellomeleto.it, pois por meio do site descobrimos que havia visita guiada, e que era possível reservar pela internet, embora não tenhamos conseguido confirmar as reservas.

               As distâncias são curtas entre as cidades. Saímos de Siena por volta de 9:30 h e fomos dirigindo lentamente curtindo aquele visual incrível, aquela paz – sempre me pergunto se alguém tem estresse por aqui – os pássaros cantando. A estrada sinuosa contornando as montanhas, subindo e descendo e passando por pequenos povoados.


               Como era sábado os bikers estavam na estrada sozinhos, em grupo, de todas as idades, passeando e como é bom ver o respeito dos motoristas ao passar/cruzar por eles.








              Por falar em pássaros, desde o começo da rota pela Toscana temos observado como os pássaros daqui cantam – é possível ouvi-los de dentro do carro em movimento. Não sei se é por causa do silêncio do campo que o canto se torna mais alto. Como é bom passear ouvindo-os cantar!
    
               Nossa primeira parada foi em Panzano in Chianti – subimos até o centro, vimos a igreja e um castelo, e seguimos em frente. Castellina não tinha nada para ver. Greve in Chianti também não nos chamou a atenção.









Dali fomos para o Castello de Verrazzano – havia um tour com degustação e almoço as 12:00 h, ao custo de 32 euros por pessoa. A guia contou a história do Castelo, da família, da área e deu toda a explicação sobre o vinho Chianti. Aliás, soubemos até a origem do nome Chianti – como essa região sempre estava em guerra, era uma região “clangy” ou “clantum” que vinha a ser barulhenta, e a palavra evoluiu para “chianti”. (Pelo menos é o que dizem!!!)


    Assim como o Brunello, há todo um protocolo de exigências para ser considerado um Chianti clássico D.O.C.G. O vinho tem que ter no mínimo 80% de uvas San Giovese produzida na área de Chianti – os outros 20% pode ser outra uva vermelha como merlot, canaiole, etc. Já o Brunello tem que ter 100% de uvas San Giovese produzidas na área de Montalcino. O Chianti clássico deve amadurecer em barril de carvalho por 12 meses e mais 12 meses na garrafa, e atinge seu melhor ponto em 5 anos. O Chianti clássico Reserva deve amadurecer por 18 meses em barril de carvalho e depois 12 meses em garrafa, e atinge seu melhor em até 10 anos. As uvas para produção do Reserva são as dos vinhedos mais altos, que recebem maior incidência de sol, logo têm maior teor de açúcar. A origem do barril variou – em uma produtora usavam o francês na outra o esloveno. Uma característica desses vinhos é que na sua produção tanto a uva quanto o próprio vinho são usados pouquíssimos aditivos químicos, daí não causarem dor de cabeça (acho que por isso não tenho tido enxaqueca embora esteja tomando vinho diariamente!).

        O Castelo de Verrazzano original tem mais de 1000 anos, mas depois de todas as batalhas entre Florença e Siena só resta um pouco dele – hoje foi transformado em uma Vila Italiana do sec. XVIII. Os donos possuem 500 acres de terra, mas só plantam uva em 100 acres; 40 acres produzem oliva e nos demais há florestas com javalis com os quais é feito salame e outros embutidos. A produção dessa vinícola é na faixa de 180.000 garrafas por ano, segundo eles foi feita uma opção pela qualidade em detrimento da quantidade.













       Depois dessa agradável visita seguimos para Greve em Chianti, Rada in Chianti, as quais eram bonitinhas, mas sem grandes atrativos que nos motivasse perder mais tempo,  depois seguimos para Gaiole in Chianti, essa maiorzinha, mais charmosa, mas também sem grandes atrativos. Na verdade o forte dessa região são os caminhos e as estradas, as vinícolas e o Agroturismo – ou seja, você pode se hospedar nos hotéis dessas fazendas e curtir esse ambiente rural.







Logo depois de Gaiole in Chianti fomos então visitar o Castelo di Maleto, também uma edificação muito antiga, que foi transformada por seu dono no final do sec. XVII em uma Vila em estilo barroco-rococó, com inúmeros afrescos, quadros etc. E hoje ainda é usada como local de eventos. Ao final da visita, passamos pela adega e depois degustamos 3 vinhos da produção deles: um Chianti básico, um Chianti reserva (o melhor da cave) e um de menor padrão com uma variedade de uvas vermelhas. A produção desta vinícola atinge 700.000 garrafas por ano.








     Outro castelo muito famoso e recomendado na região é o Castello di Brolio (os donos também são donos do Maleto), que fica dentro de um lindo bosque, mas a visita é limitada porque os donos ainda habitam o castelo, e custa muito caro – 25 euros – só para visitar e degustar. Passamos por lá, batemos fotos e fomos embora.



De volta a Siena, saímos para jantar aqui perto e depois demos uma caminhada até perto do Campo para tomar sorvete na sorveteria Brivido – tinha uma variedade enorme de sabores e a forma como eles arrumam os sorvetes é muito convidativa!



     Amanhã mudamos um pouco nossos planos e vamos partir para conhecer Volterra, que é aqui perto, e já explorar um pouco de Siena.

2 comentários:

  1. Mais uma vez encantada com a qualidade e o colorido das fotos, em especial, as panorâmicas com todo esse verde vibrante das infinitas plantações de uvas, olivas, trigo (que mais?), contrastando com o azul intenso do céu. Vale ressaltar que vcs tem sido premiados com a ajudinha de S. Pedro, hem?!! Rsrs
    Como eu havia dito antes, Siena foi a cidade toscana que mais me encantou, depois de Florença, claro, acho que por sua belíssima catedral gótica, pela Faculdade de Medicina mais antiga da Itália que tive a oportunidade de visitar, e por fim aquela charmosa Piazza del Campo.
    Ju a Universidade de Siena, onde está a Escola de Medicina fica bem próximo da Piazza del Campo. Eu acho que uns 5 min. talvez.
    Aproveitem. Bjs

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  2. Continuamos lendo e apreciando seus relatos. Com um pouquinho de inveja, confesso.
    Abs,
    Fátima e Cima

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